Gonzaguinha – Foto Marcelo Rosa.
Mostra acontece de 15/9 a 1º/10 na Galeria de Arte do CREA-MG. Lançamento tem show de Danuza Mendes e Pandeiro Mineiro dia 14/09
O artista plástico mineiro Luiz Eugênio Quintão Guerra, ou apenas Genin Guerra, retrata compositores brasileiros de uma maneira peculiar, unindo caricaturas a esculturas. O resultado disso pode ser conferido em 48 obras na exposição “Solo – Álbum das glórias musicais”, que fica em cartaz na Galeria de Arte do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG) entre 15 de setembro e 1º de outubro. Para marcar o lançamento da mostra, será realizado um show com Danuza Menezes e o Pandeiro Mineiro no dia 14 de setembro, às 20h30, em uma live no canal do YouTube da Casa Outono.
Elas estarão à disposição de pessoas cegas ou com deficiências visuais, de modo que possam tocar e ver a forma diferente como o artista retrata as personalidades. Essas peças também acompanham áudio-descrições, para que a experiência seja ainda mais interessante e imersiva.
Em seus 40 anos de carreira, Genin Guerra abordou diversas linguagens, como cartum, charge, caricatura, ilustração e escultura. Nesse trabalho, desenvolvido por dez anos, entre 2010 e 2020, ele une duas técnicas e três paixões: a escultura, a caricatura e a música.
Para ele, a temática não podia ser outra, senão homenagear grandes compositores brasileiros. “A nossa música popular é uma das coisas que temos de melhor: expressa a alma, a rica cultura nacional. Transporta nosso sentimento para comunicar paixões, angústias, medos, ressentimentos, sonhos, posições políticas. Resgatar estes personagens e suas trajetórias é resgatar momentos, imagens e fatos da história brasileira”, revela.
Entre os retratados estão nomes como Ary Barroso, Pixinguinha, Noel, Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Tom Jobim, Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Egberto Gismonti, Itamar Assumpção, João Bosco e muitos outros.
Na escolha dos compositores, Genin Guerra buscou os Notáveis, por sua originalidade, comprovada brasilidade e riqueza musical e poética, além de tentar retratar a diversidade de nossos estilos musicais, usando técnicas seculares da cerâmica em três dimensões. “Esse é um projeto contínuo, muitos nomes ficaram de fora, e espero continuar retratando tantos artistas incríveis que englobam nossa cultura”.
Sobre o nome dado ao projeto, o artista explica que “o nome Solo, além de significar terra/chão, define o que é falado, tocado ou cantado por um só artista. O subtítulo Álbum das Glórias Musicais é uma referência ao trabalho Álbum das Glórias, do ceramista e caricaturista português Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), constituído de uma série de caricaturas acompanhadas de uma folha avulsa a cada gravura, com respectivo texto alusivo ao personagem, trabalho publicado em jornal no fim do século XIX”, completa.
Muitas das peças expostas foram retratadas no livro homônimo à exposição, lançado em outubro de 2020. No entanto, há novas esculturas que poderão ser conferidas com exclusividade na mostra.
Sobre seu processo de criação, Genin explica que envolve seus gostos musicais e muita pesquisa. Em um primeiro momento, ele faz uma imersão nas músicas do compositor, busca por fotos dos artistas e só então parte para os esboços de suas caricaturas, que em um primeiro momento são feitas no papel. A partir disso, ele faz as esculturas e transforma em cerâmica, com dois tipos de queima: em Bizen e forno elétrico.
O projeto foi realizado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais – Secretaria de Estado de Cultura de MG. Patrocinado pela Cemig, é uma realização do Governo de Minas Gerais e teve o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/MG).
SERVIÇO
LIVE SHOW – PRÉ ABERTURA DA EXPOSIÇÃO
Com Danuza Menezes e Pandeiro Mineiro
Dia 14 de setembro – terça-feira, às 20h30
Transmissão gratuita pelo canal YouTube da Casa Outono Café e Arte. (youtube.com/c/casaoutonocafecultura)
EXPOSIÇÃO: SOLO – ÁLBUM DAS GLÓRIAS MUSICAIS
PERIODO: de 15 de setembro a 1 de outubro de 2021
ABERTURA: 15 de setembro, às 18h.
HORÁRIO DE VISITAÇÃO: 14h às 18h, de segunda a sexta-feira, com público limitado, respeitando as regras de distanciamento social e as normas sanitárias.
LOCAL: Galeria de Arte do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG) – Av. Álvares Cabral, 1600 – Santo Agostinho – Belo Horizonte/MG
Sobre Genin Guerra:
Genin Guerra (Luiz Eugênio Quintão Guerra) nasceu em Itabira (MG), em 9 de janeiro de 1959. Sua primeira experiência profissional com o desenho foi em 1979, no jornal alternativo O Cometa Itabirano, no qual esteve desde a fundação, fazendo cartum, charges, caricaturas e ilustrações diversas.
Cursou a Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (entre 1980 e 1986), paralelamente ao curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Foi editor de arte do jornal Diário do Comércio e do Jornal de Casa, em Belo Horizonte, entre 1993 e 2000. Teve trabalhos publicados na revista de humor Bundas (Rio de Janeiro); nos jornais Gazeta Mercantil (Minas Gerais), Estado de Minas, Hoje em Dia (MG) e O Pasquim 21 (RJ).
Em 1982, realizou a exposição Fazendas de Minas, na Fundação Carlos Drummond de Andrade, em Itabira (MG).
Desde 2000, vem dedicando-se às esculturas em bronze e em cerâmica, especialmente de artistas brasileiros da música e da poesia. Inaugurou, em 2002, na sua cidade natal, três esculturas em tamanho natural do poeta conterrâneo Carlos Drummond de Andrade. Em Itabirito (MG), fez as esculturas do cineasta Orson Welles (2006) e do técnico de futebol Telê Santana (2007). Em dezembro de 2008, inaugurou o baixo-relevo em bronze do embaixador José Aparecido de Oliveira na Assembleia Legislativa de MG, em Belo Horizonte. Em julho de 2014, fez o Monumento ao Tropeirismo em bronze, em Ipoema (MG); em agosto de 2019, o busto do José Bonifácio, o Patriarca da Independência, na Câmara dos Deputados em Brasília (DF). Em setembro de 2019, o Museu Casa de Cora Coralina recebeu a escultura em bronze da Poetisa de Goiás, de sua autoria.
Em julho de 2002, por ocasião das festividades do Centenário Carlos Drummond de Andrade em Itabira, realizou a mostra de desenhos “O Anjo Torto – Drummond por Genin”, no Memorial Carlos Drummond de Andrade, exposição esta que esteve no 3.º Salão do Livro de Belo Horizonte (MG), no 2.º Salão do Livro de Ribeirão Preto (São Paulo), na Galeria de Arte da COPASA (BH/MG), na Universidade Federal de São João del Rei (MG) e em Portugal (nas cidades de Serpa, Caminha, Montemor-o-Novo, Vila Nova de Famalicão e Lisboa).
A exposição de cerâmicas “SOLO – Álbum das Glórias Musicais Brasileiras” esteve no foyer da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, em Itabira (MG) (julho de 2017); e em Belo Horizonte (MG), no Museu da Imagem e do Som – MIS (setembro de 2017), no Espaço Usiminas de Arte (fevereiro de 2018), na galeria de arte Espaço Político Cultural Gustavo Capanema da Assembleia Legislativa de MG (agosto de 2019).