De acordo com a professora e pós-doutora, a capital precisa urgentemente de planos para contigir eventos climáticos

Belo Horizonte, uma cidade rica em cultura e história, enfrenta desafios que requerem atenção urgente para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Bárbara França, professora, pós-doutora e especialista em planejamento urbano, destaca vários pontos críticos que precisam ser abordados. Como ativista ambiental, Bárbara França traz uma perspectiva única e fundamentada sobre como solucionar alguns problemas emergentes da capital mineira.

“Belo Horizonte ainda é uma cidade muito desigual. Temos áreas muito bem servidas de equipamentos públicos e urbanos, mas isso se concentra no centro, deixando a periferia desassistida”, afirma a professora. Ela enfatiza a necessidade de combater essa desigualdade, garantindo que todas as áreas da cidade tenham acesso igualitário a serviços e infraestrutura.

Plano Climático e Arborização

A questão ambiental é outra área que preocupa a especialista. Ela ressalta a importância de aprovar um plano climático e um plano de arborização para a cidade. “É fundamental ampliar a discussão ambiental e combater a desigualdade nesse setor. Alguns bairros são bem arborizados, enquanto outros não têm praticamente nenhuma árvore nas ruas. Precisamos enfrentar isso, integrando a questão ambiental no centro do planejamento urbano”, explica.

Belo Horizonte enfrenta desafios significativos relacionados às mudanças climáticas, como enchentes, enxurradas, deslizamentos e secas. “Nos últimos meses, passamos por quatro ondas de calor, vimos casos como o Rio Grande do Sul que vem enfrentando uma tragédia causada pelas grandes chuvas. Precisamos nos preparar ambientalmente para mitigar esses problemas que parecem ser permanentes. É urgente lutar contra as desigualdades ambientais e atacar pontos de vulnerabilidade socioambiental, como as populações que vivem nas encostas ou várzeas”, alerta a especialista.

Além disso, a cidade corre risco de faltar água caso ocorra mineração ostensiva em áreas como a Serra do Gandarela e a Serra do Curral, que são esponjas naturais responsáveis por captar água para Belo Horizonte. “A mineração nessas regiões pode comprometer seriamente o abastecimento de água da cidade, exacerbando os problemas causados pelas mudanças climáticas”, ressalta Bárbara França.

Para Bárbara França, a cidade precisa adotar uma visão holística que priorize a sustentabilidade e a equidade. “A cidade não está desconectada do meio ambiente. Precisamos de políticas públicas que promovam a integração e a resiliência urbana frente às mudanças climáticas e desigualdades sociais”, conclui.

A professora e ativista política acredita que a união da comunidade e a implementação de políticas eficazes são fundamentais para transformar Belo Horizonte em um lugar melhor para todos. Com sua expertise em planejamento urbano e paixão pela justiça social e ambiental, Bárbara França se coloca como uma voz crucial na luta por um futuro mais equitativo e sustentável para a cidade.

Fonte: Bárbara França – professora, pós-doutora em Planejamento Urbano, ativista ambiental, especialista em problemas urbanos e ambientais.

Foto: Acervo Pessoal | Divulgação