Bebedouro acessível com o ÁguaàLaser – Foto: Pedro Brum.

O equipamento touchless ÁguaàLaser, que dispensa o contato físico em registros e torneiras para pegar água, ganhou projeção nacional já foi implantado na Universidade Federal de Minas Gerais, além de diversos órgãos públicos e instituições privadas

O Brasil vive um momento alarmante, em que os índices de transmissão e procura por atendimento médico em decorrência da covid-19 aumentam cada vez mais. Com a vacinação a passos lentos, medidas preventivas se tornam necessárias para que a convivência em sociedade seja possível. Por isso, a exemplo de diversas intuições públicas e privadas, a Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto começa a instalar os dispositivos touchless ÁguaàLaser em seus bebedouros, que dispensam o contato físico para pegar água em copos e garravas. Popularmente chamado de “anti-coronavírus”, o equipamento foi criado e patenteado pela Beloar, empresa mineira com sede em Belo Horizonte.

De acordo com o CEO da Beloar e inventor do dispositivo, Muriel Ornela, o ÁguaàLaser é uma ferramenta eficaz para evitar a contaminação por diversos tipos de microrganismos. “Nos antigos modelos de bebedouros de água que eram utilizados pela USP, era necessário o contato manual para o acionamento da torneira. Este procedimento não é recomendado, considerando que as mãos são um potencial meio de contaminação da Covid-19 e outras doenças. Conforme Nota Técnica Pública CSIPS/GGTES/ANVISA Nº 01/2020, o vírus SARS-CoV-2 pode permanecer até 72 horas em superfícies e, com a instalação do ÁguaàLaser, as possibilidades de se contaminar por meio de bebedouros serão totalmente eliminadas na instituição de ensino”, explica.

Nesta fase de testes, quatro dispositivos anti-coronavírus serão instalados na USP de Ribeirão Preto para avaliação de equipe técnica da universidade. “A instalação do ÁguaàLaser na universidade vai trazer mais tranquilidade para os estudantes, colaboradores e visitantes, não apenas para evitar a covid-19, mas também para várias outras enfermidades causadas por outros vírus, além de fungos e bactérias, que podem ser prejudiciais à saúde, causando doenças graves, como infecções do trato respiratório, endocardite, diarreia e várias outras”, afirma o empreendedor Muriel Ornela.

A demanda é grande

O CEO da Beloar, afirma que o ÁguaàLaser, com unidades instaladas em repartições públicas, indústrias, supermercados e academias, tem como foco agora as instituições de ensino, que precisam voltar a receber os alunos, mas não podem expor estudantes e colaboradores a riscos, e hospitais, que são os locais mais potencialmente propensos a ser fontes de contaminação.

O empreendedor diz que os pedidos não param de chegar. Além da UFMG, várias instituições de ensino já fizeram pedidos, como a Universidade de Brasília (UNB), Universidade Estácio de Sá, Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina, Universidade de Santa Cruz do Sul, várias escolas municipais de Belo Horizonte e o sistema SESI/SENAI de Goiás e São Paulo. “O nosso equipamento simplifica e facilita a utilização, pois com a instalação dos dispositivos que dispensam o contato físico, os bebedouros e torneiras poderão voltar a ser utilizados e as empresas, corporações, instituições públicas e escolas poderão voltar a oferecer água para seus usuários com segurança. O melhor de tudo é que a instalação é simples e rápida, mas, apesar disto, é recomendado que seja realizada por um profissional”, explica.

Tecnologia nacional

Ainda que o mercado já contasse com dispositivos que utilizem sensores infravermelho para acionar torneiras, existem algumas limitações tecnológicas que, após muita pesquisa, foram superadas pela Beloar no desenvolvimento do ÁguaàLaser. Muriel Ornela explica que o principal obstáculo enfrentado pela equipe foi fazer com que o equipamento funcionasse no sol. “Começamos a conceber o produto com um sensor que já vinha pronto de fábrica, mas foi preciso criar um próprio, com uma tecnologia e código fonte desenvolvida por nós. Todos os sensores infravermelhos comercializados, inclusive de torneiras de grandes fabricantes nacionais e internacionais, como a XIAOMI, não possuem tal tecnologia e ou não funcionam no sol (não sai água quando o produto está exposto ao sol) ou sai água sem cessar (o sensor aciona sozinho e libera água sem necessidade)”, conta o empresário.

Os fabricantes dos equipamentos com sensor infravermelho orientam para que o produto não fique exposto ao sol, mas a maioria dos bebedouros fica em áreas abertas e não poderia ter essa restrição. “Diante desta demanda, os nossos engenheiros trabalharam muito no laboratório com testes e ensaios. Depois de exaustivas tentativas, conseguiram chegar em uma variável em que o produto funciona em qualquer ambiente. Podemos dizer que apesar de ser uma empresa nacional e de pequeno porte, conseguimos superar a tecnologia de grandes indústrias nacionais e internacionais”, destaca com orgulho Muriel Ornela.

Por mais que o uso da invenção de Muriel Ornela seja mais percebido em razão da pandemia, há outros benefícios importantes, como a inclusão social. “Além da covid-19 e prevenção de vírus, o produto atua também na linha do importante assunto e que hoje está em alta, que é a acessibilidade. Com a liberação do fluxo de água por sensor de aproximação, idosos, cadeirantes e pessoas amputadas poderão consumir água com mais facilidade, visto que só será preciso segurar seu copo ou garrafa à frente da torneira de sensor, sem ser necessário apertar nenhum botão, o que gera mais independência por parte do indivíduo”, exemplifica.

A Beloar desenvolveu três tipos de torneiras com sensor que se adaptam aos principais bebedouros do mercado: bebedouro industrial, bebedouro de pressão e bebedouro acessível. Além disso, a empresa percebeu que poderia criar um adaptador universal para transformar torneiras de banheiros comuns em torneira de sensor, visto que, de acordo com Muriel Ornela, os produtos semelhantes do mercado são muito caros.

Site da empresa: www.beloar.com.br

Loja on-line: https://loja.beloar.com.br/