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Para Cíntia Santos, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, é preciso que os contratantes entendam que, ao selecionar um candidato, a análise deve ser feita por competência e não pela deficiência

Exercer uma profissão é fundamental na vida do cidadão economicamente ativo, não somente pelo sustento financeiro, mas também devido à necessidade de interação social, que é uma característica do ser humano. E não é diferente para o profissional com deficiência. Por isso, o Dia do Trabalhador, data celebrada em quase todo o mundo no em 1º de maio, é também dedicada para essas pessoas, que, além dos desafios inerentes ao mercado de trabalho atual, precisam enfrentar preconceitos. E para ajudar a promover e criar a cultura de inclusão nas organizações, o Instituto Ester Assumpção atua sendo um elo entre vagas e candidatos com deficiência.

A psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, Cíntia Santos, lembra que as pessoas com deficiência são amparadas pela Lei 8213/91 – conhecida como Lei de Cotas. A legislação estabelece que nas organizações com 100 ou mais empregados, 2% a 5% do quadro funcional deve ser composto por pessoas com deficiência. Para a especialista, o Dia do Trabalhador é uma oportunidade de promover a consciência sobre melhores condições de trabalho para trabalhadores como um todo e, sobretudo, profissionais com deficiência, que geralmente devem lidar diversas barreiras como a estrutura física das empresas e a cultura organizacional que não percebe o potencial produtivo destes indivíduos.

“Esta data é uma forma de reforçar que todos os trabalhadores têm papel fundamental na economia. Porém, vejo que ainda é preciso se fazer cumprir a justiça social, pois o desafio de mudar a mentalidade dos contratantes é uma constante no nosso trabalho. Assim, qualquer lei que ajude a inserir pessoas com deficiência no mercado de trabalho é muito importante, mas além de se fazer cumprir a Lei de Cotas, é preciso que se faça de forma eficaz, promovendo as transformações necessárias para que cada empresa assumir a sua responsabilidade social”, comenta Cíntia Santos.

Segundo a psicóloga, é preciso que as empresas e os profissionais de recursos humanos entendam que, ao selecionar um candidato para uma vaga de trabalho, deve ser feita uma análise por competência, não pela deficiência. “Na maioria das vezes as empresas que vão contratar o profissional acabam analisando a deficiência antes de avaliar a competência do profissional. Isso é um grande equívoco que percebemos. Infelizmente, sabemos que esse tipo de comportamento acontece através de muitos profissionais de RH e gestores de empresas. Por isso, para empregar e integrar pessoas com deficiência em seus quadros, as empresas têm que planejar ações inclusivas para além da legislação vigente”, opina a especialista.

Talentos

Para promover a acessibilidade e atuar como elo entre empresas e pessoas com deficiência, uma plataforma on-line totalmente acessível está em desenvolvimento e será lançada em breve. “Queremos aumentar o nosso banco de talentos e mostrar para as empresas que temos profissionais competentes e que podem contribuir e muito para o crescimento das organizações. Por isso, lançaremos uma interface totalmente adequada a pessoas com deficiência. Acreditamos que este é um grande passo para fomentar ainda mais a inserção destes indivíduos no mercado de trabalho”, finaliza a psicóloga.

Instituto Ester Assumpção

Fundado no ano de 1987, o Instituto Ester Assumpção é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada por Ester Assumpção, educadora nacionalmente conhecida pelo caráter pioneiro e inovador no campo da educação. A instituição atua no campo da inclusão da pessoa com deficiência e tem como foco contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva, onde a diversidade seja aceita e respeitada na sua integralidade. As principais frentes de atuação são a qualificação e inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e a consultoria para que as organizações se adequem e cumpram o papel social de promover a inclusão.

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