Dr. Eduardo Mourthé – Foto Leo Horta.

 

O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que anualmente são registrados cerca de 65 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. É o segundo tipo mais frequente entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

 

Quando o diagnóstico é feito em estágio inicial, o câncer de próstata tem acima de 90% de chance de cura. Por isso, a prevenção se faz tão necessária. Para homens que desejam ter filhos, o diagnóstico precoce significa ainda a chance de preservação da fertilidade.

 

O urologista da Huntington Pró-Criar, Dr. Eduardo Mourthe, explica que existem diferentes formas de tratamento do câncer de próstata, indicados de acordo com seu estágio.  As mais frequentes são a cirurgia para retirada da glândula e a radioterapia, procedimentos que interferem na capacidade reprodutiva do homem. “Sem a próstata, a produção do líquido seminal é afetada, e a via ejaculatória é interrompida. Em casos em que não é preciso retirá-la, como na radioterapia, a produção e qualidade seminal ficam prejudicadas”, explica.

 

Na opinião do especialista, é importante que esses pacientes recebam orientação do oncologista, em conjunto com um especialista em reprodução humana, sobre a possibilidade de preservar a fertilidade. Uma das opções é o congelamento de sêmen. “A coleta deve acontecer antes do início do tratamento, que, em alguns casos, é mais urgente. Com o diagnóstico precoce, temos mais tempo para o processo”, salienta Dr. Mourthe. O sêmen é congelado em nitrogênio líquido, armazenado pelo tempo que for necessário em recipientes com isolamento térmico e poderá ser descongelado quando o homem decidir que é o momento de tentar ter filhos.

 

Ainda de acordo com o urologista, outra alternativa viável é a biopsia para retirada dos espermatozoides diretamente dos testículos e posterior fecundação, por meio da chamada Fertilização In Vitro com injeção intracitoplasmatica de espermatozoides (FIV e ICSI). “Quando bem acompanhados, os índices de cura desse tipo de câncer são bastante satisfatórios, por vezes sem um impacto maior sobre a fertilidade, ou mesmo a saúde sexual como um todo”, finaliza.