O Reino Unido disse nesta quinta-feira (30) que uma crise nos postos de combustível causada por uma falta acentuada de caminhoneiros está controlada, mas muitas bombas continuavam fechadas em Londres, obrigando motoristas a passar horas circulando ou parados em filas para abastecer.

Em uma semana caótica que testemunhou pessoas brigando em postos e outras enchendo garrafas de água com gasolina, ministros britânicos dizem repetidamente que a crise está se amenizando, mas na quarta-feira ordenaram que soldados começassem a conduzir caminhões-tanque.

“Essa crise agora é algo que absolutamente voltou ao controle”, disse o secretário-chefe do Tesouro, Simon Clarke.

Repórteres da Reuters visitaram sete postos de combustível de Londres e áreas adjacentes nesta quinta-feira. Dois estavam abertos. Uma fila de dezenas de motoristas se estendia de um dos postos em funcionamento, no qual empregados tentavam organizar a fila.

A Associação de Varejistas de Petróleo (PRA), que representa varejistas de combustível independentes que respondem por 65% dos 8.380 postos britânicos, disse na quarta-feira que 27% de seus membros relataram ter ficado sem combustível e que acredita que a situação melhorará mais nas próximas 24 horas.

A crise dos postos provoca desprezo em algumas capitais europeias, e políticos de alto escalão insinuam que a falta de caminhoneiros é uma consequência clara da decisão do referendo de 2016 para o Reino Unido deixar a União Europeia.

Ministros britânicos insistem em negar que o Brexit tenha relação com a crise, mas dezenas de milhares de caminhoneiros da UE partiram durante o caos da desfiliação e também citam os lockdowns da Covid-19, que impediram dezenas de milhares de exames de habilitação.

Indagado se o Reino Unido estaria em uma posição melhor se não tivesse saído do mercado comum, Clarke respondeu: “Eu realmente não aceito isso”.

“A ideia de que isto diz respeito ao Brexit é tentar nos levar de volta ao que na verdade temo ser uma conversa bastante negativa a respeito de oportunidades passadas”, disse.

“Se você olhar a situação na Alemanha, se olhar a situação na Polônia, se olhar a situação na França, eles também têm estes problemas”, disse.

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