Fernando Meira da ONG, representante forte das comunidades da RMBH, tem recebido muitas mensagens  com reclamações de pessoas, por exemplo, sobre a situação da Estação São Gabriel no horário de pico, pela manhã e tarde – “É terrível e lastimável a falta de respeito a classe ‘trabalhadora simples’ que depende desse meio de transporte”, diz.

■ Redação

Com as ações criadas para conter a Covid-19, muitas medidas têm sido tomadas para proteger a população mineira. Algumas, como o pedido do uso de máscaras em vias públicas já estão sendo seguidas pelos trabalhadores, no entanto, outras ações colocadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), estão, na verdade, atrapalhando a vida dos empregados que precisam chegar no horário e em segurança em seus serviços, como menciona Fernando Meira da ONG, De acordo com ele, que há anos vem fazendo um trabalho em prol das comunidades da RMBH, a redução do transporte público (algo sentido na pele por ele), tem atrapalhado a vida dos trabalhadores, já que existe pouquíssima ‘compreensão por parte dos patrões’ sobre a redução de linhas. Mas além disso, outra questão vem se tornando preocupante, já que os ônibus estão andando mais cheios, trazendo assim, uma forte aglomeração de passageiros.

Para Fernando Meira da ONG, desde o inicio das novas regras de funcionamento do transporte público, já era possível perceber a aglomeração de passageiros nos ônibus. “Desde o primeiro dia, com as novas regras de funcionamento do transporte público, já era possível ver que a situação piorou. Em todas as estações de ônibus, constatou-se que, apesar das novas determinações, tanto os ônibus, quanto o MOVE, continuam a rodar com pessoas aglomeradas. Vale lembrar que sem uma maior quantidade de ônibus rodando na RMBH, não será possível manter o mínimo do distanciamento social indicado nesse momento que o pais e o mundo enfrentam”, comenta.

Segundo Fernando Meira da ONG, o problema não está nas máscaras, já que muitos trabalhadores estão utilizando. Para ele, o problema está mesmo na diminuição de linhas na capital. “O problema não é a falta do uso das máscaras, pelos usuários, e sim da retirada, da redução dos ônibus e do MOVE. Isso acaba colocando mais uma vez o fardo pesado e a culpa no trabalhador de bem, naqueles que são massacrados diariamente pelo esquecimento e desprezo dos empresários do ramo dos transportes público e claro, dos nossos representantes municipais que são os vereadores que hibernam na inércia da nossa querida BH. Sabemos que não são todos com essa descompostura. Mas, o cenário típico da rotina dos belo-horizontinos, que há décadas vem sofrendo e sendo ludibriados por esses insensíveis egoístas, existe!”, completa.

Na Estação ■

Fernando Meira da ONG tem ido “quase que diariamente” na Estação São Gabriel para ver como está a situação lá. Além disso, tem recebido muitas mensagens a respeito da situação do local. “Eu tenho comparecido na estação São Gabriel, no horário de pico pela manhã e a tarde. Olha, é terrível e lastimável a falta de respeito a classe ‘trabalhadora simples’ que depende desse meio de transporte. Vale dizer que 100% dos usuários reprovam a forma imposta de utilização, da redução e retirada inclusive de algumas linhas. O aumento das passagens foi empurrado garganta abaixo, e agora não colocam a quantidade adequada de ônibus para atender o povo”, salienta.

Pedido de ‘apoio’ encaminhado à CMBH ■

Fernando Meira da ONG, comenta também, que os usuários querem e precisam de mais linhas rodando, por isso, encaminhou a denúncia a Presidente da CMBH. “Os usuários querem mais ônibus circulando nos horários de pico pela manhã e no período da tarde. Transporte público lotado, aumentando a circulação do Covid-19 pela cidade é desanimador! Não podemos deixar isso continuar, por isso, já encaminhei a Presidente da CMBH a denúncia, pois não compactuo com enriquecimento através da escravidão, corrupção e outros meios ilícito. Irei continuar a denunciar”, conclui.

Foto: (Arquivo pessoal/José Tavares/Camila Rodrigues)