Foto: Gizele Martins, psicóloga do CENSA Betim

CENSA Betim, instituição que atua há mais de 55 anos nos cuidados a pessoas com deficiência intelectual, coloca à disposição sua equipe transdisciplinar com especialistas de várias áreas da saúde para dicas e conselhos para pais e cuidadores neste momento tão difícil

No Brasil existem milhares de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), condição caracterizada por déficit na comunicação, na socialização e no comportamento. A condição se torna mais complexa quando atrelada à deficiência intelectual de moderada a severa que acomete adultos que não tiveram acesso a um atendimento adequado na infância. Ambas situações quando ocorrem simultaneamente, requerem o máximo de atenção, principalmente nesse momento que o país e o mundo atravessam com a pandemia do Coronavírus (COVID-19). Por isso, a equipe transdisciplinar do CENSA Betim, instituição que é referência nacional nos cuidados a pessoas traz orientações para que pais e cuidadores saibam como agir durante esse momento de quarentena e isolamento social em casa ou nas residências terapêuticas.

Entre seus especialistas, Gizele Martins, Mestre em Psicologia pela UFMG e psicóloga do CENSA Betim, reafirma, que a ideia é auxiliar as famílias nesse momento. Ela atende pessoas com deficiência intelectual associada a outras deficiências, síndromes e transtornos, como o TEA (Transtorno do Espectro Autista). “Queremos auxiliar as famílias de pessoas com autismo associado a deficiência intelectual a enfrentar os desafios impostos por este período de isolamento social imposto pela COVID19, de uma maneira tranquila e confiante. Com a determinação da quarentena, a rotina de aulas, atividades e passeios estão sendo alteradas e, por isso, é preciso reorganizar a rotina para ficar em casa tranquilamente”, comenta.

Segundo Gizele Martins, a adaptação a quarentena pode ser mais difícil para as pessoas com autismo e deficiência intelectual, mas ela afirma que o melhor caminho é não esconder a situação do isolamento. “No caso de pessoas com autismo associada a deficiência intelectual, essa adaptação a quarentena pode ser mais árdua. Por isso, é importante que primeiramente o indivíduo esteja ciente do que está acontecendo, respeitando obviamente sua capacidade de compreensão e assimilação dos fatos. Entender por que ele – e todas as outras pessoas – estão tendo que ficar em casa lhe dá um sentimento de pertencimento e facilita sua aderência ao isolamento, por mais que haja resistência no início. Quando a pessoa pergunta o que está acontecendo e a família lhe nega os fatos, ele pode por vezes se sentir lesado e agravar sentimentos negativos”, aconselha.

Para a especialista, pessoas com deficiência intelectual e autismo se beneficiam muito de uma rotina estruturada com horários e atividades bem estabelecidas. Durante a quarentena, é altamente recomendado que a família mantenha uma agenda próxima a dos dias habituais. “É importante ter horário para acordar, almoçar, fazer atividades, descanso e horário pra brincadeiras. A manutenção da rotina reduz a ansiedade e dá ao paciente mais segurança sobre o que ele fará durante o dia, além de proporcionar a todos um ambiente mais estruturado. A família precisa adequar a rotina com a realidade da casa e não há necessidade de encher a agenda do indivíduo de atividades se não houver como administrar isso em família. O uso de recursos visuais e concretos facilita muito a adesão, portanto, quadros de horários coloridos com fotos, desenhos, e objetos são extremamente úteis”, indica.

União

As mudanças de comportamento podem se tornar mais frequentes neste momento. Crises de ansiedade, de comportamentos obsessivos ou o aparecimento de comportamentos estereotipados podem ser mais rotineiras. “Sendo assim, é importante que a família mantenha um guia de soluções que variam de pessoa para pessoa. Ao menor sinal de uma crise, os responsáveis podem lançar mão de atividades como massinha, banhos relaxantes, massagens, filmes, desenhos ou até mesmo conversas que tranquilizem a pessoa. Neste caso, é indispensável que a família tenha claro qual tipo de atividade é prazerosa para aquele indivíduo. Além disso, manter a união sempre em primeiro lugar”, orienta.

Claro que os laços sociais devem ser mantidos, mas a especialista Gizele Martins, indica que eles continuem sendo feitos através de vídeo e mensagens de voz por meio dos aparelhos celulares. “Por último e não menos importante, é indicado que os laços sociais sejam mantidos mesmo em isolamento. Chamadas de vídeo, telefonemas e troca de mensagens com amigos podem ser extremamente úteis e diminuir a sensação de solidão. Quando possível, é indicado manter os atendimentos à distância para que o indivíduo e família sejam amparados também pelos profissionais que o acompanham diariamente”, conclui.

CENSA Betim

Fundado em 1964, o CENSA Betim é um local para cuidados básicos e um espaço para ser e conviver. Sua missão é atender as necessidades da pessoa com deficiência intelectual, associada ou não a outros transtornos, e da sua família, assegurando-lhes qualidade de vida e uma educação socializadora. O CENSA Betim conta com uma equipe transdisciplinar, convênios e parcerias. Além disso, oferece uma proposta diferenciada com atividades esportivas e recreativas, escolaridade especial, equitação e oficinas de música, teatro e artesanato. Tudo isso em um ambiente familiar e integrado à natureza. Para dar todo o suporte e orientação necessária para os educados da instituição, o CENSA Betim dispõe de três diferentes modalidades de atendimento. Os diários, que acontecem sempre de segunda à sexta, entre 08h às 17h, o atendimento Integral, com funcionamento 24 horas que engloba hospedagem por tempo indeterminado; e a hospedagem periódica, que são especificamente para os planos de finais de semana, férias ou de acordo com as necessidades de cada família.

Centro Especializado Nossa Senhora D’Assumpção – CENSA Betim

Endereço: Rodovia Fernão Dias, Km 494 – S/N | Betim – MG

Telefone: (31) 3529-3500