O dia 7 de fevereiro foi marcado por palestras voltadas
à gestão indústria criativa e financiamento

Felipe José de Jesus/GBC Conteúdo

Debater e discutir a promoção de eventos no Brasil trazendo dicas para os profissionais da área. Esse foi o ponto central do primeiro dia do Congresso Brasileiro dos Promotores  de Eventos, realizado no dia 7 de fevereiro no Minascentro, em Belo Horizonte, pela Associação Brasileira dos Promotores e Eventos (ABRAPE). Para dar as boas vindas aos participantes, estiveram presentes: Carlos Alberto Xaulim, presidente da ABRAPE; Ângelo Oswaldo, secretário de Estado de Cultura; Léo Burguês, vereador de Belo Horizonte; Leônidas Oliveira, presidente da Fundação Municipal e Cultura (FMC) e Claudionor Costa, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Agenciamento e de Produções de Eventos Artísticos Musicais e Similares – SINAPREM.

Na abertura do evento, o presidente da ABRAPE, Carlos Alberto Xaulim, disse que o congresso é uma chance para que o setor seja ainda mais valorizado por consumidores e contratantes. “Quero agradecer a todos os meus companheiros da ABRAPE que ajudaram a realizar esse evento. É com o desejo de dias melhores e com o diálogo que vamos combater os abusos que são cometidos contra nossa categoria. Além disso é com o diálogo que vamos construir momentos melhores para o exercício e atividade dos promotores e eventos”, disse.

Para ele é preciso verificar a questão da distribuição do ECAD. “Não tem área que sofre mais com isso. É preciso discutir a busca de remuneração do direito autoral de uma forma mais justa porque do jeito que está não dá. Não tem atividade econômica que sofre mais violência que a nossa e que ainda tem poucos benefícios. É preciso mudar isso, por esse motivo trazemos esse debate no congresso. Precisamos ter regras mais objetivas para que tenhamos mais eventos. Somos também geradores de emprego e renda”, completou.

Já para o secretário de Estado e Cultura de Minas Gerais, Ângelo Oswaldo, o evento é um fenômeno sócio econômico e de extrema relevância. “Ele serve para o desenvolvimento dos 853 municípios de Minas como um todo, pois ajuda no desenvolvimento, na formação e transformação da cidadania, fora que gera empregos. Vemos que BH se consolida como pólo de eventos e por isso estamos aqui, para mostrar que podemos contribuir para a relação econômica do país”, salientou.

Leônidas de Oliveira, presidente da Fundação Municipal de Cultura destaca que a iniciativa vem para trazer mais oportunidades. “Não poderíamos deixar e falar que os eventos têm  se tornado um ponto forte até mesmo em Belo Horizonte. Os eventos representam 18% do PIB e por isso vemos cada vez mais que a promoção de eventos e os profissionais da área precisam ser valorizados. O congresso vem para fortalecer a área”, salientou.

Pelos eventos

Para o vereador e também ex-promotor de eventos Léo Burguês, a cidade só tem a ganhar com a promoção de eventos. “Quando eu trabalhava com eventos fui tirado do Carnaval pelo governo da época e não pode trazer as melhorias que queria. Foi por isso quis entrar na área da política, para ajudar de vez a área de eventos. Eu cresci vendo pessoas da área trabalhando para fortalecer o setor e lembro que sempre tivemos eventos fortes como o Pop Rock no Independência e Mineirão que sempre trouxeram bons resultados. Nós temos regiões que podem ser utilizadas para isso e que podem ser licenciadas. O promotor de eventos gera empregos e o melhor, alegria. Para mim são guerreiros”, disse.

Economia criativa

Sérgio Sá Leitão, ex chefe de gabinete do Ministro da Cultura Gilberto Gil e editor de importantes jornais brasileiros, falou sobre o mercado da economia criativa e disse que os salários tem chamado atenção. ” A economia criativa está no artesanato e outras áreas que destinam tempo livre. No país ela tem crescido demais e o exemplo disso são os salários da área que por exemplo no Rio de Janeiro podem chegar a 7 mil reais. Vale a pena investirmos nela e temos muitas pessoas talentosas e dispostas a fazer esse ramo crescer cada vez mais”, completou.

Financiamentos

Sobre a parte de financiamentos para cultura, Fábio de Sá Cesnik, advogado e palestrante, falou que a Lei Rouanet é importante,  mas deve ser olhada com muita atenção. “A Polícia Federal colocou em público a operação Boca Livre. Por esse motivo devemos nos atentar quanto a questão dos financiamentos desde o pedido até mesmo a relação com as empresas. É fato que ninguém quer estar envolvido em coisas erradas e o financiamento deve ser observado sempre em alguns quesitos: como isso vai impactar na marca da empresa e como o recurso poderá ajudar”, disse.

O publicitário Marcelo Murta falou em sua palestra sobre a questão do apoio que as empresas envolvidas em eventos precisam, e disse que atualmente a cultura pode ser identificada em várias vertentes. “Hoje temos aqui várias empresas apoiando e todas elas focadas em trazer o melhor para o público. Trabalho com a festa de Barretos e junto com o sertanejo vem trazendo muita credibilidade. Há alguns anos a festa não era reconhecida como cultura, mas isso mudou demais com o tempo”, disse. Além disso ele falou sobre o crescimento que Barretos teve através da exposição da mídia pelo sertanejo.  “Não poderíamos deixar de falar da exposição que tivemos de Barretos em novelas e outros. Com isso ganhamos até mesmo patrocinadores e isso foi ótimo pois como dito, colocou o sertanejo como ponto forte na Cultura do Brasil. A festa e Barretos é bem vista por diversos artistas, por isso é dada sim como cultura”, completou.

Participantes aprovam 

Marcelo Nicolau, promotor de evento em Barroso, cidade do interior de Minas Gerais, disse que o evento traz dicas importantes. “O Congresso apresenta uma visão positiva para mim que sou de uma cidade de 25 mil pessoas. É importante entender que podemos reverter o jogo e fazer o setor crescer. Isso foi o que me motivou a estar aqui no congresso”, disse.

Para Viviane Silva, promotora de eventos do Rio e Janeiro, estar no congresso é uma forma de criar saídas para sua área de atuação que é a gospel. “Trabalho nesse setor e ter que bilhetar (cobrar ingressos) para esse público não é nada bacana. Isso porque eles estão acostumados a ir em shows de cantores do gênero de graça. Quero levar ideias do congresso e com isso motivar a área musical no Rio. Estamos enfrentando um período complicado na economia, mas tenho certa a que passageiro. Parabéns à organizações pelo evento”, concluiu.