A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que manterá o cronograma de vacinação de adolescentes, mesmo após o Ministério da Saúde recomendar a suspensão da campanha para este público, por meio de uma nota técnica. Atualmente, no DF, a vacinação está disponível para adolescentes a partir dos 14 anos.
“O Distrito Federal vai manter a vacinação de adolescentes de 14 ,15, 16 e 17 anos com a vacina Pfizer, como estava previsto. A vacina Pfizer é a única que tem registro definitivo, e ela é mundial. Isso é fundamental. E nunca houve nenhuma manifestação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] quanto a isso”, afirmou o secretário de Saúde, general Pafiadache, durante coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (16).
Ele lembrou que, desde que a vacinação começou para esse público, nenhuma intercorrência foi registrada. Até agora, o DF vacinou cerca de 88 mil adolescentes entre 14 e 17 anos.
Ainda segundo o secretário, numa eventual suspensão, corria-se o risco de perda de vacinas.
“Por que nós vamos continuar? Porque é um problema logístico, nossas vacinas já estão nos postos, nós não podemos recolher e colocar novamente na rede de frio, porque podemos perder essas vacinas.”
O secretário também comentou uma informação divulgada pelo Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa com o ministro Marcelo Queiroga, de que 26 mil adolescentes de todo o país teriam sido vacinados contra a covid-19 por imunizantes não autorizados. No Brasil, apenas a fabricante Pfizer tem autorização da Anvisa para ser aplicada em jovens entre 12 e 17 anos. No DF, pelas contas do ministério, 222 adolescentes teriam sido vacinados com doses da Coronavac, Jansen e AstraZeneca.
“Temos um registro constando alguns jovens que foram vacinados com outras vacinas que não a Pfizer. Nós vamos investigar se isso não foi uma questão de digitalização, alguma desatenção”, afirmou Pafiadache.
No DF, a vacinação de adolescentes tem ocorrido em postos exclusivos com disponibilização apenas de doses da Pfizer.
Ministério da Saúde
Pouco antes do anúncio do secretário de Saúde do DF, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concedeu entrevista para apresentar os motivos que teriam pesado para que a pasta resolvesse revisar a recomendação e suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades.
Segundo Queiroga, foram identificados 1,5 mil eventos adversos em adolescentes imunizados. Todos eles foram de grau leve. Foi notificado um caso de morte de um jovem em São Paulo, mas o episódio ainda está sendo investigado para avaliar se a causa foi o imunizante ou não.
O ministro reclamou que, a despeito da orientação anterior para que a imunização deste público tivesse início ontem (15), já foram vacinados 3,5 milhões de adolescentes por autoridades locais de saúde.
Ele também mencionou casos de prefeituras que aplicaram vacinas não autorizadas pela Anvisa em adolescentes.
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